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Entrevista | Falar ‘Vacina Já’ é fácil, e fabricar?, indaga senador Esperidião Amin

Por: Marcos Schettini
21/02/2021 12:24
Marcos Oliveira/Agência Senado

Nome respeitado nos corredores do Congresso Nacional, o senador Esperidião Amin tem um histórico político que lhe coloca como um dos quadros mais sensatos do país. Forte liderança do Progressistas, foi governador de Santa Catarina, prefeito, deputado e, inclusive, candidato à Presidência da República.

Sempre cogitado para disputar o Governo do Estado, Amin concedeu entrevista exclusiva ao jornalista Marcos Schettini e falou sobre as questões do coronavírus, vacinação e do novo momento do governador Carlos Moisés. Disse que pandemia e economia deverão nortear o debate eleitoral de 2022 e que não acredita em uma insurreição no Brasil como aquela ocorrida nos EUA após derrota de Donald Trump. Confira:


Marcos Schettini: Com sua experiência de governador, o que está acontecendo com SC na questão da vacinação?

Esperidião Amin: Em Santa Catarina nós estamos vivenciando particularidades da dificuldade nacional e mundial. Primeiro, não temos vacina disponível para cumprir um plano detalhado de vacinação. Certamente, temos todas as condições, cerca de duas mil salas de vacinação que estariam funcionando a pleno, se tivéssemos um estoque satisfatório. Quem vacina, como regra, é um servidor municipal, e essa responsabilidade não é apenas do município, mas é uma responsabilidade solidária.


Schettini: O que precisa ser feito já, agora?

Amin: Em primeiro lugar, temos que regularizar o suprimento. Os laboratórios, isso ficou comprovado, ofereceram vacina de que não dispunham ainda. O que eles desejam é ter uma procura maior do que a oferta - até o Papa já denunciou. Se nós deixarmos o mercado cuidar das vacinas, os ricos terão vacinas e os pobres dificilmente terão acesso a elas. Portanto, o problema começa na dificuldade de criar uma vacina, além de fabricá-la em quantidade suficiente para o mundo, especialmente para os países de dimensão continental como o Brasil. E neste campo, o Brasil tem as melhores condições do mundo, porque nós fazemos anualmente, no mínimo, 350 milhões de aplicações de vacinas, e isso é um ganho, é um grande capital que o Brasil conquistou ao longo dos últimos 40 anos, desde a vitória contra a poliomielite, em que Santa Catarina, despontou um grande exemplo.

Schettini: Instituições e Poderes não deveriam falar de "Vacina Já" em conjunto? Por que a defesa isolada?

Amin: Falar “Vacina Já” é fácil. E fabricar? Nós não temos autonomia para fabricar. O IFA (Insumo Farmacêutico Ativo), vem da China ou da Índia. Devemos produzir a nossa independência, primeiro das fontes primárias – leia-se China e Índia. Os laboratórios já foram denunciados. Não custa nada lembrar de um livro que marcou época sobre laboratórios farmacêuticos, de uma médica americana Márcia Angell, chamado “A verdade sobre os laboratórios farmacêuticos”.


Schettini: O Progressistas no Governo Moisés diz o que para 2022?

Amin: Os Progressistas dizem competência, honestidade e lealdade com o governo que tomou o caminho certo, na minha opinião. Do ponto de vista de gestão financeira, o governo vai muito bem. Do ponto de vista político, sofreu muito e agora procurou ter base parlamentar, o que faz parte do nosso sistema político. Acho que os Progressistas vão dar bons exemplos, inclusive com os nomes que estão participando do governo.


Schettini: O Sr. é candidato a governador?

Amin: Acho que é obrigação do nosso partido ter candidato a governador em 2022. Infelizmente, em 2014 e 2018, o nosso partido preferiu apoiar candidatos de outro partido. Foi parceiro e leal. Vou lutar para que tenhamos candidato. Temos nome para isso e histórico de bons serviços. Acho que esse assunto deve ser tratado no segundo semestre desse ano, para que possamos chegar em 2022 com uma posição definida. Não pretendo fazer imposições e nem nos omitir. Não pretendo me refugiar caso o partido precise.

Schettini: Há quem afirme que se o Sr. disputasse o governo em 2018 teria tido outro resultado. É isso?

Amin: Sobre 2018 todas as teorias valem e nenhuma produz resultado. Portanto, cada um fica com a sua.


Schettini: O resultado eleitoral de 2020 vai pesar em que direção no processo do ano que vem?

Amin: O resultado eleitoral de 2020, como o de 2018, são referências. Agora, em 2022, será uma eleição diferente tanto em Santa Catarina como no Brasil. Por isso, nós temos que estar atentos para os desdobramentos da Covid e da economia. Os grandes fatores nacionais e estaduais são economia e a pandemia.


Schettini: Que cenário o Sr. vê na disputa eleitoral da Presidência da República e ao Governo de SC?

Amin: Pandemia e economia.


Schettini: O Sr. vê no caos desta pandemia uma contribuição irresponsável do Pazuello e do presidente?

Amin: Não faço parte daqueles que desejam apontar o dedo somente para o ministro Pazuello. Acho que o ministro Pazuello tem se empenhado, tem feito uma gestão honesta, demonstrado zelo pelo dinheiro público, e sou muito grato as atenções que ele deu a pedidos que fizemos para Santa Catarina. Por exemplo, em julho de 2020, pedi ao presidente Jair Bolsonaro e ao próprio ministro, respostas na questão do chamado “kit intubação”, que foi um drama à parte dentro da pandemia. Precisamos de união, humildade e solidariedade.

Schettini: Pode haver confronto entre os extremistas, direita e esquerda, caso apareça um resultado surpresa na eleição? Uma guerra civil como ensaiada nos EUA?

Amin: Não acredito!


Schettini: Armar a população pode acarretar em quê?

Amin: Armar ou não armar a população é uma decisão que tem que respeitar os preceitos constitucionais e legais.


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